Sobre
Biodiversidade
Natalia
Rodrigues Gomes
Mestranda
de Cidadania Ambiental e Participação.
Universidade
Aberta de Portugal.
Numa visão simplista, extraída
da etimologia da palavra, biodiversidade seria a variedade de vida. Segundo
a Millennium Ecosystem Assessment (2005), seria a variabilidade entre os
organismos vivos de todas as fontes, ecossistemas terrestres, marinhos,
aquáticos e dos complexos ecológicos dos quais fazem parte, além da diversidade
dentro de espécies e ecossistemas.
Nesse contexto, trataremos a
biosfera, a camada terrestre mais complexa e dinâmica, que vem ao longo do
tempo sofrendo as mais profundas variações e intervenções, sejam elas humanas
ou não, uma vez que a biodiversidade e o bem-estar humano estão intrinsecamente
relacionados, de forma que a mudança nas condições humanas, tem impulsionado,
impactos diretos ou indiretos na biodiversidade.
O Quadro conceitual de
Interações entre Biodiversidade, Serviços de Ecossistemas, Bem-estar Humano e
Controladores de Mudança da Millennium Ecosystem Assessment (2005) explicita os
fatores que interagem direta e indiretamente com a biodiversidade, bem como que
a mudança de um fator indireto, ocasiona mudança no fator direto.
Nesse sentido a biodiversidade
beneficia as pessoas no bem-estar material, meios de subsistência, contribuindo
para a segurança, resiliência, relações sociais, saúde e liberdade de escolha[3].
A Millennium Ecosystem
Assessment (2005) verificou que, nos
últimos 50 anos, as atividades humanas foram mais rápidas e impulsionaram impactos
que causam a perda de biodiversidade e levam alterações nos serviços
ecossistêmicos de forma estável ou crescente, não apresentando indícios de
declínio.
Ao longo do último século,
segundo a Millennium Ecosystem Assessment (2005), diversos setores se
beneficiaram da conversão dos ecossistemas naturais em ecossistemas dominados pelo
homem e pela exploração da biodiversidade. No entanto, os ganhos aumentaram a
perda da biodiversidade, degradação de muitos serviços ecossistêmicos e a
exacerbação da pobreza para outros grupos, sendo certo que os custos sociais desses
ganhos são muitas vezes superiores ao benefício auferido dessa exploração da
biodiversidade.
A Millennium Ecosystem
Assessment (2005) verificou que os mecanismos diretos mais importantes de perda
de biodiversidade e mudanças nos serviços do ecossistema são a mudança de
habitat (como mudanças no uso do solo, modificação física de rios ou retirada
de água dos rios, perda de recifes de corais e danos nos pavimentos marítimos
devido ao arrasto), mudanças climáticas, espécies exóticas invasoras, exploração
e poluição.
Segundo Wilson (1988), a
diversidade biológica deve ser tratada mais a sério como um recurso global, a
ser indexado, usado e, acima de tudo, preservado. Isto porque, as populações estão
crescendo em uma taxa acelerada; a ciência descobre novos usos para a
biodiversidade, o que pode aliviar os sofrimentos sociais e a destruição
ambiental, além de que, grande parte da biodiversidade pode ser
irreversivelmente perdida pela extinção causada em virtude da destruição de
habitats.
Desse modo, para alcançar um
maior progresso em direção à conservação da biodiversidade para melhorar o
bem-estar humano e reduzir a pobreza, será necessário fortalecer as opções de
resposta projetadas com a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e
dos serviços ecossistêmicos[4].
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Millennium Ecosystem
Assessment (2005) Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis.
World Resources Institute, Washington, D.C.
Wilson, E. O. (1988) “The
current state of biological diversity”. In Biodiversity, National Academy
Press, USA
[1]
Millennium Ecosystem
Assessment (2005) Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis.
World Resources Institute, Washington, D.C Figura 2. MA Seção 1, iii
[3] Millennium Ecosystem
Assessment (2005) , Op. Cit . Keys Mensagens. Seção 1IV e ss.
[4] Millennium Ecosystem
Assessment (2005) , Op. Cit . Seção I página vi
Excelente comentário. PBN
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