domingo, 15 de outubro de 2017

Sobre Biodiversidade



Sobre Biodiversidade
Natalia Rodrigues Gomes
Mestranda de Cidadania Ambiental e Participação.
Universidade Aberta de Portugal.

Numa visão simplista, extraída da etimologia da palavra, biodiversidade seria a variedade de vida. Segundo a Millennium Ecosystem Assessment (2005), seria a variabilidade entre os organismos vivos de todas as fontes, ecossistemas terrestres, marinhos, aquáticos e dos complexos ecológicos dos quais fazem parte, além da diversidade dentro de espécies e ecossistemas.

Nesse contexto, trataremos a biosfera, a camada terrestre mais complexa e dinâmica, que vem ao longo do tempo sofrendo as mais profundas variações e intervenções, sejam elas humanas ou não, uma vez que a biodiversidade e o bem-estar humano estão intrinsecamente relacionados, de forma que a mudança nas condições humanas, tem impulsionado, impactos diretos ou indiretos na biodiversidade.



O Quadro conceitual de Interações entre Biodiversidade, Serviços de Ecossistemas, Bem-estar Humano e Controladores de Mudança da Millennium Ecosystem Assessment (2005) explicita os fatores que interagem direta e indiretamente com a biodiversidade, bem como que a mudança de um fator indireto, ocasiona mudança no fator direto.

Nesse sentido a biodiversidade beneficia as pessoas no bem-estar material, meios de subsistência, contribuindo para a segurança, resiliência, relações sociais, saúde e liberdade de escolha[3].

A Millennium Ecosystem Assessment (2005)  verificou que, nos últimos 50 anos, as atividades humanas foram mais rápidas e impulsionaram impactos que causam a perda de biodiversidade e levam alterações nos serviços ecossistêmicos de forma estável ou crescente, não apresentando indícios de declínio. 

Ao longo do último século, segundo a Millennium Ecosystem Assessment (2005), diversos setores se beneficiaram da conversão dos ecossistemas naturais em ecossistemas dominados pelo homem e pela exploração da biodiversidade. No entanto, os ganhos aumentaram a perda da biodiversidade, degradação de muitos serviços ecossistêmicos e a exacerbação da pobreza para outros grupos, sendo certo que os custos sociais desses ganhos são muitas vezes superiores ao benefício auferido dessa exploração da biodiversidade.

A Millennium Ecosystem Assessment (2005) verificou que os mecanismos diretos mais importantes de perda de biodiversidade e mudanças nos serviços do ecossistema são a mudança de habitat (como mudanças no uso do solo, modificação física de rios ou retirada de água dos rios, perda de recifes de corais e danos nos pavimentos marítimos devido ao arrasto), mudanças climáticas, espécies exóticas invasoras, exploração e poluição.

Segundo Wilson (1988), a diversidade biológica deve ser tratada mais a sério como um recurso global, a ser indexado, usado e, acima de tudo, preservado. Isto porque, as populações estão crescendo em uma taxa acelerada; a ciência descobre novos usos para a biodiversidade, o que pode aliviar os sofrimentos sociais e a destruição ambiental, além de que, grande parte da biodiversidade pode ser irreversivelmente perdida pela extinção causada em virtude da destruição de habitats.

Desse modo, para alcançar um maior progresso em direção à conservação da biodiversidade para melhorar o bem-estar humano e reduzir a pobreza, será necessário fortalecer as opções de resposta projetadas com a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos[4].

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Millennium Ecosystem Assessment (2005) Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, D.C.

Wilson, E. O. (1988) “The current state of biological diversity”. In Biodiversity, National Academy Press, USA



[1] Millennium Ecosystem Assessment (2005) Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, D.C Figura 2. MA Seção 1, iii
[2] Millennium Ecosystem Assessment (2005) , Op. Cit. Figura 2.
[3] Millennium Ecosystem Assessment (2005) , Op. Cit . Keys Mensagens. Seção 1IV e ss.
[4] Millennium Ecosystem Assessment (2005) , Op. Cit . Seção I página vi

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