A perda da Biodiversidade.

Entre os fatores que contribuem para a perda de biodiversidade encontram-se: superpopulação, desmatamento, poluição do ar, água, solo e o aquecimento global e suas consequentes alterações climáticas. Todos esses fatores foram impulsionados pela atividade humana.

A Millennium Ecosystem Assessment (2005) – MA detalha esses fatores em:

 

• transformação do habitat, em especial para agricultura;

• superexploração, principalmente pesca;

• troca biótica, gerado pelo incremento de espécies exóticas invasoras e doenças trazidos pelo aumento do comércio, viagens e turismo;

• carga de nutrientes; nitrogênio, fósforo, enxofre e outros poluentes associados a nutrientes, emergiu como um dos fatores mais importantes para a mudança dos ecossistemas.

Segundo TEEB (2008), as mudanças no uso do solo e na biodiversidade são traduzidas em mudanças nos serviços ecossistêmicos. Estudos tentaram valorar a perda da biodiversidade. Uma estimativa conservadora, nos primeiros anos do período de 2000 a 2050, estima-se que a cada ano perdem-se um valor equivalente a 50 bilhões de euros, aproximadamente, somente em ecossistemas baseados no solo (TEEB, 2008:39, versão português). Frise-se que as perdas são experimentadas além do ano de sua perda, são contínuas e cumulativas nos anos subsequentes, e poderiam representar a monta de 7% do consumo anual em 2050 (TEEB, 2008). 

A animação de Steve Cutts exemplifica o relacionamento do homem com o mundo natural: https://youtu.be/WfGMYdalClU

Incêndio Florestal e a perda da biodiversidade

A exemplo dos incêndios que ocorreram recentemente em Portugal, como em Pinhal de Leiria, no Rio de Janeiro/Brasil, a realidade não tem sido diferente. O Município de Santa Maria Madalena, no interior do Rio de Janeiro sofreu com a perda de seu cartão postal mais estimado em razão de um incêndio florestal, no dia 15/10/2017, que atingiu a “Árvore do Arco” uma paineira rosa, com idade estimada em 150 anos. 

A biodiversidade é essencial para a manutenção dos serviços ecossistêmicos e por sua vez, para a bem-estar humano, já que a humanidade obtém benefícios desses serviços. Segundo o Relatório TEEB (2008, Versão PT), em 300 anos a área de cobertura vegetal encolheu em 30 %. A perda contínua de florestas reduzem a qualidade e a disponibilidade de água fornecida ao uso doméstico e à agricultura. Ademais, o ecoturismo é um setor econômico importante em vários países e fonte de renda potencial nas comunidades rurais, como no Município de Santa Maria Madalena.

Esses incidentes nos fazem refletir se os custos da prevenção e manutenção dos ecossistemas atingidos por incêndios seriam superiores aos custos de sua restauração e, além das perdas das espécies vegetais, quais serviços ecossistêmicos são atingidos pelo incêndio florestal?

 

Créditos das imagens: http://www.iagoguimaraescouto.com.br/2017/10/arvore-do-arco-e-destruida-em-santa-maria-madalena.html, acessado em 22/10/2017.